terça-feira, 3 de julho de 2012

É dever dos juízes fazer valer a Lei da Ficha Limpa, diz presidente do TSE

Cármen Lúcia informou que o Rio de Janeiro e outros quatro Estados pediram a presença do Exército para garantir a segurança dos juízes
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Cármen Lúcia Rocha, afirmou que é dever dos juízes fazer valer a Lei da Ficha Limpa, que barra das eleições políticos que tenham sido condenados em segunda instância. A ministra destacou que a lei é resultado de uma iniciativa popular. "É preciso que nós, juízes, tenhamos uma conduta exatamente coerente com a demanda dasociedade", afirmou.
A ministra participou de encontro hoje com o presidente do TRE-RJ, desembargador Luiz Zveiter; juízes eleitorais; e chefes de cartório das 249 zonas eleitorais fluminenses, durante o Seminário de Direito Eleitoral, na sede do tribunal de Justiça, no centro do Rio.
A ministra afirmou ainda que o tribunal está se esforçando para que haja a presença de pelo menos um juiz em cada zona eleitoral e que a segurança de cada juiz esteja assegurada. Segundo ela, cinco Estados pediram a presença do exército em alguns municípios. Um deles é o Estado do Rio. Até o fim do mês, o TSE decidirá se aprovará ou não.
Nestas eleições, segundo a ministra, serão mais de 350 mil candidatos a prefeitos e vereadores. Cármen Lúcia destacou também o papel do cidadão ao defender e lutar pelos seus direitos. "As leis não fazem milagre. O que faz milagre é o cidadão quando exige a aplicação da lei", disse a ministra.
Durante seu discurso de 30 minutos para uma plateia lotada no auditório da escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, a ministra pediu que todos os presentes trabalhem com o rigor da lei durante estas eleições. "O TSE está 100% a disposição ao que for necessário", disse Cármen Lúcia.
A ministra caracterizou a eleição deste ano como "acalorada" por decidir a candidatura de prefeitos e vereadores que, segundo ela, são mais próximos da população.
Já Zveiter afirmou que o tribunal tem intenção de proibir celulares nas cabines de votação. De acordo com Zveiter, os cidadãos que não cumprirem a proibição poderão ser presos. A iniciativa tem como objetivo evitar que eleitores tirem fotos dos seus votos para provar que votaram em determinados candidatos.
O desembargador afirmou que pediu ao TSE a presença do Exército em determinadas regiões do estado do Rio, que são classificadas como "críticas" pelo tribunal, em tempos de votação. São regiões que, por englobarem características específicas, como presença elevada de milícias; e de outras forças que podem obrigar o eleitor a mudar seu voto, podem dificultar a eficiência do andamento do processo eleitoral, no âmbito democrático, na hora da votação.
Segundo Zveiter, foi feito um levantamento de regiões críticas que serão definidas exatamente assim que o TSE permitir a presença do exército. "O Exército poderá dar tranquilidade para a população", disse Zveiter. Nestas zonas, além do Exército, haverá presenças das polícias militar, civil, federal, e rodoviária federal. Ocorrerá, ainda, um esforço para que a circulação das pessoas nestas zonas seja limitada à votação e à circulação de moradores. Entre as regiões citadas como críticas por Zveiter estão o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), além de Campos e Rio das Ostras

País terá mais de 56 mil vereadores em 2012, diz CNM

Os 5.563 munícipios brasileiros vão eleger 56.810 mil vereadores nas eleições de 2012. Segundo estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM) serão 5.070 novos vereadores em relação à disputa de 2008, quando foram eleitos 51.748 vereadores em todo o País.
A pesquisa divulgada nesta segunda-feira foi realizada com base no número de vereadores que cada cidade brasileira pode ter de acordo com a população publicada pelo IBGE. O CNM afirma que o número de vereadores poderia ser maior: 59.764, conforme o que determina a Emenda Constitucional 58. A pesquisa questionou cada cidade se esta alterará a sua Lei Orgânica Municipal (LOM) - que pode aumentar o número adicional de vereadores.
O estudo constatou, segundo o CNM, que do total das 5.563 cidades o aumento de cadeiras nas Câmaras poderia ocorrer em 2.153, bastando para isso a aprovação de mudança na LOM. Dessas cidades, 2.125 (98,6%) responderam ao questionário de pesquisa. Mesmo com a mudança em apenas alguns munícipios, todos os estados passariam a ter mais vereadores. Desses 2.125 municípios, 74,24% (1.535) já mudaram a Lei Orgânica Municipal, alterando então o número de cadeiras. A data final para alterações na LOM foi encerrada em 30 de junho.
O financiamento máximo do Poder Legislativo também pode aumentar e ultrapassar o gasto médio de 2010, 3,05%.
A CNM ainda apontou o número de vereadores de acordo com a população e distribuição da pesquisa. Nas cidades com população até 15 mil pessoas, serão eleitos nove vereadores. Uma cidade como São Paulo, com mais de 11 milhões de habitantes, conseguiria 55 cadeiras.